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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Preparação Física x Desempenho no Futebol

O futebol é, provavelmente,o esporte mais popular do universo, com cerca de 120 milhões de jogadores registrados. É um esporte composto de vários tipos de movimentos intermitentes, executados em intensidades de distribuição acíclica. As ações são caracterizada com períodos de atividades de alta intensidade como piques, corrida, chutes, saltos e "carrinhos" espaçados com ações de baixa intensidade (trotes e caminhadas) e recuperação ativa.


O futebol é caracterizado por exercícios intermitentes com extensas demandas energéticas, cujas repercussões metabólicas contribuem com o estado de fadiga crescente durante alguns jogos. Os momentos mais críticos para a fadiga são: a qualquer momento com a redução dos piques subsequentes, no início do segundo tempo e a queda da distância  e dos piques nos 15 minutos finais e prorrogação do jogo. Treinamentos físicos específicos, ao esporte e às posições dos jogadores, e nutrição adequada do atleta são recomendados para manter o ritmo físico uniforme dos jogadores durante a partida. Entretanto, combinações persistentes da carga excessiva com períodos de repouso (recuperação) inadequado podem levar o atleta ao estado de não compensação (descondicionamento ou estagnação física). A supercompensação física que ocorre nas 72 horas pós-jogo poderá ocorrer às custas da deterioração aeróbia ocorrida no período.

O jogo compreende exercício intermitente com variações a cada 4-6 segundos, totalizando 1350 atividades por jogo incluindo 220 corridas em alta velocidade. A distância total percorrida, no final do jogo, é de aproximadamente 9-12 km, relacionadas as posições; os meio campistas percorrem mais do que os zagueiros e atacantes. Cerca de 20% da distância é coberta por deslocamentos laterais e de costas, buscando melhor posicionamento, mais comum entre os zagueiros. Oito porcento da distância ocorre com piques, um a cada 30 segundos. A velocidade da corrida é menor nos meio campistas e maior nos atacantes e zagueiros.

Deslocamentos e piques representam atividades de alta intensidade durante o jogo. A proporção entre exercícios de alta intensidade é de aproximadamente 1:2 na distância total percorrida e de 1:7 em relação ao tempo jogado. No geral, o repouso ocorre em três segundos a cada dois minutos, aumentando no final do jogo.

Como somente 2% da distância total são feitos com a posse de bola, a maioria das atividades é feita sem a bola. Os piques ocorrem a cada 90 segundos e os deslocamentos + piques, a cada 30 segundos.

A distância percorrida no segundo tempo é 5% (~450 m) menor do que a do primeiro tempo. A quantidade de piques e de corridas de alta intensidade também é menor. Cerca de 40% dos jogadores apresentam seu período de exercícios de menos intensidade nos últimos 15 minutos do jogo. Substitutos que adentram ao jogo no segundo tempo, apresentam número de piques 63% maior e 25% mais corridas de alta intensidade do que atletas participantes do jogo todo. Este aumento foi independente de posição, importância da competição e gênero.

A fadiga final de jogo pode ser causada pela depleção glicogenada de miofibrilas. Após o jogo, cerca de metade das miofibrilas tipo I e IIA encontram-se completamente depletadas em gligogênio.

Outros fatores contribuidores de depleção de glicogênio e queda de rendimento no final do jogo são: desidratação, hipertemia e hipoglicemia, dos quais a hipoglicemia pode ser excluída, por não atingir valores críticos.

Em ambientes com temperaturas normais, muitos jogadores perdem mais do que três litros de líquidos. Em ambientes quentes ou úmidos, a perda de quatro a cinco litros de líquido corporal e correspondente hipertemia que pode constituir fator desencadeante de fadiga nos finais de ambos os tempos.

A estratégia nutricional para evitar a depleção glicogenada e fadiga, no final do jogo, consiste no reforço dos estoques de glicogênio pré-jogo e atenuação da depleção com hidratação apropriada durante o jogo. Associadamente a não realização de treinamento intenso no dia precedente ao jogo pode retardar o aparecimento da fadiga de final de jogo.

REFERENCIA
MANDA, R. M. et al., Síndrome do subdesempenho físico no futebolista? – Rev. Bras. De Fisiologia do Exercício – vol. 11, n° 4 – out/dez, 2012



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