A depleção de fosfocreatina (CP) pode limitar o desempenho durante o exercício de curta duração e alta intensidade, porque ela acarreta uma redução da taxa de produção de ATP pelo sistema ATP-CP. Estudos mostraram que a ingestão de grandes quantidades de creatina mono-hidratada (20 gramas/dia) por um período de 5 dias resulta em um aumento do estoque de fosfocreatina muscular. Essa suplementação de creatina melhorou o desempenho em laboratório durante o exercício de curta duração (< 30 segundos) e alta intensidade em bicicleta ergométrica. No entanto, os resultados sobre a influência da suplementação de creatina no desempenho durante a corrida e o nado de curta duração não são considerantes. Isso pode ser devido ao fato de a suplementação de creatina acarretar um ganho de peso por causa da retenção hídrica . Por essa razão, esse aumento do peso corporal pode comprometer o desempenho em atividades de sustentação de peso como a corrida.
Estudos sugerem que a suplementação de creatina em conjunto com o treinamento de força resulta em uma melhora da adaptação fisiológica ao treinamento com pesos. Especificamente, esses estudos indicam que a suplementação de creatina combinada com o treinamento de força promove um aumento da força muscular dinâmica e de massa magra. Não obstante, ainda é controverso se a suplementação de creatina melhora a força muscular isocinética ou isométrica.
A suplementação oral de creatina produz efeitos colaterais fisiológicos e apresenta riscos a saúde? Infelizmente, uma resposta definitiva a esta questão não está disponível. Embora relatos indiquem que a suplementação de creatina possa estar associada a efeitos colaterais negativos como náusea, disfunção neurológica, desconforto gastrintestinal menor e câimbras musculares, esses relatos não cientificamente documentados. Até o momento, devido aos dados limitados, uma conclusão precisa sobre os riscos à saúde a longo prazo da suplementação da creatina não podem ser estabelecidos. Entretanto, evidências atuais sugerem que a suplementação por até 8 semanas parece não produzir riscos importantes à saúde, mas a segurança da suplementação mais prolongada não foi estabelecida.
Fonte: POWERS, Scott K; HOWLEY, Edward T . Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. -6 ed.Barueri: Manole, 2009.
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